Este exercício de lembranças de minhas memórias sempre foi fundamental em minha prática como professora... Puxando pela memória como fui alfabetizada me levou a refletir que a prática pedagógica daquela época (década de 80/90) hoje é fadada ao fracasso... fui alfabetizada no esquema de cartilha e do “b com a = ba, b com e = be, b com i = bi.. e assim por diante, ou seja fui alfabetizada pelo princípio da repetição, hoje, em plena era da geração z (os ditos, nativos digitais) não temos mais como utilizar esta pratica, ao meu ver... precisamos urgentemente recriar os modos de “ensinar”.. e creio que isto vem acontecendo... Mas voltando as minhas lembranças dos primeiros contatos com a leitura e escrita, o que sempre marcou muito foram as revistas em quadrinhos da turma da Mônica que na verdade curto até hoje quando alguma “cai em minhas mãos”, também a coleção de Monteiro Lobato (assim como Gil relata em sua entrevista), portanto peguei o gosto pela leitura pois sempre li o que eu me interessava... por isso sempre fui contra ao projeto de leitura que a escola onde trabalhava impunha aos professores e alunos, onde cada turma tinha um livro, que os alunos escolhiam “democraticamente” através do título ou da capa.. e os professores da 1ª aula tinham que fazer a leitura de uma parte dele todos os dias... para os alunos (do Ensino Médio) era só uma forma de demorar pra começar a aula, pois a maioria deles não tinha o menor interesse por aquele livro, e pra nós professores a leitura ficava completamente descontextualizada (porque não tínhamos uma leitura contínua), isso para mim, em vez de incentivar e despertar o gosto pela leitura, ao contrário faziam com que os alunos pegassem certo “trauma” de ler, porque eles não podiam ter autonomia de escolher o que cada um deles preferia... enfim lembrar das minhas memórias e não comparar com o que praticamos hoje, para mim é praticamente impossível.
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